É comum observarmos diferentes posturas quando se aborda o tema “Saúde”, justificáveis segundo os interesses de quem as faz…
Quando oriundas dos órgãos responsáveis, é comum observar exposições atenuantes de verdades veladas que minimizam a gravidade da realidade, levando-nos acreditar que a solução é simples e de fácil execução; quando de opositores, assumem caráter sinistro e de poucas alternativas.
Infelizmente ainda não se alcançou o momento de um debate aberto e construtivo, onde as verdadeiras realidades sejam colocadas as claras e as soluções buscadas objetivamente, com a participação das entidades representativa e dos representantes governamentais, para um projeto de médio a longo prazo, com etapas bem definidas a serem alcançadas progressivamente.
A Saúde Pública é um problema crônico no Brasil e já era assim considerada como um dos principais problemas das últimas administrações. No Governo de FHC, a pesquisa IBOPE de 1998 já destacava que 49% da população apontava a Saúde como principal problema do país e na pesquisa CNI-IBOPE (2002) era a mesma referência de 51% da população; no governo Lula, 45% dos brasileiros desaprovou os programas sociais na saúde (IBOPE/2007) e pesquisa semelhante (IBOPE – TRATA BRASIL) em 2009, subiu a referência para 49%. No governo Dilma, alcançou índices de 52% (IBOPE 2011) e 67% quatro anos depois (IBOPE – 2015).
Em uma análise isenta, entende-se que o maior entrave da Saúde brasileira está no investimento estatal que é feito.
Em levantamento feito pelo CFM – Conselho Federal de Medicina em 2014, o Brasil investe apenas R$3,89/dia por habitante, sem levar em conta a redução nas despesas pagas pelos Estados e Municípios, a título de derivação de verbas para outras áreas consideradas “prioritárias”, que contribuíram negativamente para o baixo desempenho per capita na saúde. Em consequência, Estados como Ceará (R$0.74/hab), Maranhão (R$0,77/hab) e Mato Grosso do Sul (0,80/hab) se destacaram no baixo investimentos na área, enquanto Tocantins (R$2,50/hab), Acre (R$2,92/hab) e Distrito Federal (R$3,27/hab) foram os que mais investiram.
Segundo o Banco Mundial (2013), a Noruega investe, em dólares, US$9.055,25/hab, Suíça US$8.9979,97/hab e os Estados Unidos: US$8.895,12/hab, enquanto no Brasil, segundo os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), está abaixo da média das Américas, cujo investimento per capita do setor público em saúde, em 2013, foi de US$ 1.816. No Brasil, no mesmo ano. foi de 2013, foi de US$ 523 (cerca de 70% menor).
Sequer as dotações autorizadas, são disponibilizadas e investida na Saúde.
Fica evidente que o maior problema da Saúde no Brasil está no investimento. Faz-se necessário uma conscientização plena dos profissionais médicos e sua mobilização em busca da correção destas distorções, ou continuaremos a ser responsabilizados pelo descaso e falta de atendimento a população.