A Realidade da Saúde do Brasil, sem “Véus”… (IV – Conclusão)

Em pranchas anteriores analisamos diferentes aspectos que nos levam ao caos atual da “Saúde” no Brasil:

  1. Falta de Investimentos e Decisão Político-social: malversação e insuficiência de investimentos e uso das verbas destinadas à Saúde, além do desinteresse dos órgãos responsáveis pelo setor na ideal condução dos problemas nos setor;
  2. Ingerência Político-partidária na gestão da Saúde: decisões intempestivas e ditatoriais que disfarçaram interesses grupais e desvio de dinheiro – Programas ´Mais Médicos” e suas derivações;
  3. Abertura de novas Faculdades de Medicina: abertura de dezenas de faculdades, com distribuição aleatória e partidária, sem a necessária estruturação física, em equipamentos e corpo docente, impondo a formação centenas de profissionais com preparo teórico-prático insuficientes;
  4. Desinteresse e desunião da classe médica: individualismo e pretencioso engano dos profissionais quanto sua inatingibilidade e respeito.

“O território da política nacional sofre as consequências de um abalo sísmico de elevada intensidade e grandes proporções, com origem na malversação do erário em detrimento da lei, da moral e do desenvolvimento sustentável”. (*)
“O populismo e o capitalismo de compadres, estabelecidos com a promiscuidade entre empresários e o poder público, vilipendiaram a Nação, sob estímulos do ilimitado e incontrolável desejo de enriquecimento das pessoas físicas e jurídicas, despreocupadas com a ilicitude, na pseudo convicção de ser possível estar acima do bem e do mal”. (*)

O objetivo deste trabalho tem como alvo a conscientização dos colegas maçons e o estímulo e convite a uma participação efetiva e direta nas ações que buscam corrigir os desvios citados.
No Brasil de hoje a realidade é outra… Se em épocas passadas o profissional médico destacava-se como pessoa de credibilidade e respeito na sociedade, hoje está nivelado ao mais simples trabalhador, ainda que isto não reflita qualquer demérito. Desejamos sim, que nosso labor seja dignamente remunerado e que possamos exercê-lo em condições dignas e seguras.
Somos detentores do direito inalienável de garantir a vida e a saúde da sociedade onde estamos inseridos, mas, nós, especificamente os médicos maçons, trazemos também a missão de sermos “Construtores Sociais”, ou seja, de também contribuir para a melhoria desta sociedade. Para isto devemos desenvolver ações discretas, mas efetivas, de melhorias nos ambientes que nos cercam e daqueles onde influímos. Por que não iniciar este trabalho na estrutura de nossa profissão?
O isolacionismo nos enfraquece e nos torna vulneráveis e foi o que buscamos demonstrar nas pranchas anteriores…
Porque os políticos e administradores governamentais caminham com cautela e cuidados no trato de algumas classes de trabalhadores devidamente articulados e coesas? Por que sabem que a resposta será altura de suas ações, onde interesses pessoais são deixados de lado em prol da defesa desta coletividade…
Temos de nos escudar na Humildade e aprender com os mais simples e iletrados que, ainda que não tenham alcançado uma instrução mais aprimorada, souberam erguer barreiras e se defender na união para a própria sobrevivência. Vemos repetidos exemplos desta ordem na Natureza e devemos usá-los em nossa instrução pessoal… Uma vara é fácil de se quebrar, mas um feixe delas é inquebrantável…
Juntos, seremos fortes, isolados, não passaremos de voz que clama no deserto e não é ouvida…

 

*Dados obtidos em palestra ministrada por Dr. Carlos Vital Tavares Correa Lima, Presidente do CFM – Conselho Federal de Medicina em Encontro Presencial AMEM.